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Governo vai pedir que indústria e comércio usem geradores

Governo vai pedir que indústria e comércio usem geradores de energia para que diminuam o consumo.

Para evitar um novo apagão, o Ministério de Minas e Energia está preparando um plano de emergência. O governo federal quer que comércio e indústria diminuam o consumo no horário de pico, que agora é mais cedo, no meio da tarde.

Economia de energia é assunto obrigatório para quem trabalha com iluminação. Tanto que há anos o dono de indústria de lustres Geraldo Martins Garcia se preocupa em reduzir o consumo em todas as etapas da produção de luminárias. A câmara de pintura, que funcionava com água e um motor elétrico, agora não tem motor e usa um filtro seco. Na estufa, também teve mudança. “Nós trocamos de elétrica para estufa a gás, é um equipamento novo. Então, o consumo de energia elétrica caiu muito”, comenta.

No último dia 13, o consumo chegou bem perto da máxima histórica. E o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que vai sugerir à indústria e ao comércio que diminuam o gasto, no horário em que o consumo é maior.

A sugestão do governo para os shoppings é que eles usem os próprios geradores de energia para aliviar o sistema. Os equipamentos seriam acionados durante o horário de pico do consumo, entre 14h e 17h. Mas, normalmente, os geradores atendem apenas as áreas comuns. Dentro das lojas, não.

A Associação dos Lojistas de Shopping acredita que seria inviável que cada loja tivesse seu próprio gerador: o custo do combustível é alto e não haveria nem onde colocar tanto gerador. A outra sugestão, de abrir as lojas uma ou duas horas mais tarde, também não agrada os lojistas. “Ela implica diretamente na redução de receitas. Hoje as lojas já tão com capacidade de funcionário bastante limitada. Se você tiver uma receita menor, seguramente muitos empresários terão que fazer desligamentos de funcionários também”, alerta o diretor de relações institucionais da Alshop, Luiz Augusto Ildefonso da Silva.

As possibilidades para a indústria também seriam os geradores ou mudanças de horários. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo lembra que qualquer das alternativas gera custo, ainda mais em um ano sem boas perspectivas. “Ao invés de produzir naquele horário, produzir, compensar em outros horários ou até mesmo não produzir, dependendo do setor e, ou até usar outras alternativas que são mais caras, como o caso de gerador, tem que haver uma compensação para isso”, afirma presidente da FIESP Paulo Skaf.

O especialista do setor energético Fabio Luiz Cuberos explica que, antigamente, o horário de pico era entre 18h e 21h. Por isso, é nesse período que o megawatt é mais caro. Só que agora o pico é à tarde. E ele concorda que vai precisar de algum incentivo para convencer a indústria a não usar a eletricidade, nas horas em que ela custa menos.

“Você estimulando as indústrias a alterarem seus processos ou mesmo ligarem geradores no horário de ponta e tudo mais, pode sim surtir efeito. É o grande desafio é que o horário de ponta legal, atualmente, é diferente do horário de ponta que está acontecendo na prática” explica o gerente de regulação da Safira Energia.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que vai se reunir com a presidente Dilma Rousseff na quinta-feira que vem, para analisar um plano de emergência para o consumo de eletricidade.

Fonte: Portal G1

 

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